Kaká deve optar pelo glamour milanês ou pela cidade dos mancuniuns.
Caro Leitor,
Bem, o nosso melhor jogador, também o melhor do Mila e hoje o segundo melhor do mundo enfrenta um dilema. Continuar o seu trabalho no tradicionalíssimo clube italiano vivendo e desfrutando da glamorosa, modista e gastronômica Milão ou dobrar o seu salário para viver na fria e nublada cidade de Manchester.
Não desmerecendo a cidade inglesa, apesar do clima, é importante por ter um papel fundamental na revolução industrial, e hoje concentrar sedes de grandes grupos empresariais além do seu principal concorrente, o Manchester United.
Acredito que ter o salário acrescido em quarenta ou cinqüenta por cento para mudar bruscamente a sua vida (adaptação familiar em clima mais frio e sem o brilho do sol por um longo período, filhos na escola, esposa, novos companheiros, dirigentes, comida, costumes, lingua, lazer e estilo), tudo isso, obviamente não compensaria para quem já recebe um salário em torno de dois milhões de reais mensais. A decisão de ficar no clube ante a proposta inicial ( fala-se entre 280 a 336 milhões de reais) do Sheik, levou em consideração a situação de benefícios, riqueza e salário atual do jogador frente aos riscos e muitas mudanças na vida do atleta.
O jogador está pensando corretamente quando deseja ficar diante da proposta inicial, a final a vida é também satisfação acima de tudo. Agora, com a insistência e a proposta “irrecusável” do dirigente Árabe, a análise já passa para um outro prisma.
Apesar de todo o contexto que leva o jogador a ficar em Milão, receber o dobro de salário (em torno de quatro milhões de reais mensais), seria insano desprezar.
O Jogador vai analisar da seguinte forma:
- Poderá fazer o dobro do que pretendia, seja no campo humanitário, particular ou missionário.
- Um jogador é idolatrado quando faz uma excelente temporada e é amaldiçoado quando faz uma péssima temporada. Vejam o Ronaldinho Gaúcho no Barcelona. A torcida o amou e no final o amaldiçoou.
-O Kaká vai jogar com todo o seu vigor físico mais cinco ou seis anos (está com vinte e cinco anos), depois deve decair como todos os outros. É um tempo relativamente curto para desprezar a tentadora proposta.
-Com trinta e dois ou trinta e quatro anos deve parar profissionalmente e deverá ter multiplicado o seu patrimônio. Estará com a idade ainda de um garoto para usufruir desta oportunidade e não precisará passar como os Edmundos,
Romários e outros que jogam (ram) profissionalmente, mas de forma amodorística no final da carreira.
Poderá parar em grande estilo como fez Michael Jordan no Basquete ou Pelé no Futebol.
Em fim, é sano, coerente e correto aceitar a insana proposta do extravagante e “onipotente” sheik, Mansour bin Zayed Al Nahyan, agradecer por ter caído na sua graça, estufar o peito e comandar o pequeno Manchester City rumo a copa dos campeões no próximo ano.
Transformar-se em mais um mancunium ( nome dado aos nascidos em Manchester pelo romanos nos idos tempos), vai ficar até charmoso para o garoto de Milão.